Presidente do TCMGO diz que agentes públicos devem pensar como estadistas.
O presidente da Abracom e TCMGO, conselheiro Joaquim de Castro, disse na tarde desta quinta (14.9), que é “missão de todos incluir a primeira infância nos orçamentos públicos e que é preciso sensibilizar a União, para que disponibilize mais recursos, para que prefeitos e governadores possam executar políticas públicas verdadeiramente capazes de alcançar as crianças”.
A afirmação foi feita durante o evento Pacto Pela Primeira Infância: Eu me comprometo !, que acontece no TCE-GO.
Joaquim de Castro já foi prefeito de Jussara (GO), distante pouco mais de 200 quilômetros de Goiânia. Segundo ele, os gestores são desconfiados com novos projetos pois sempre se perguntam se haverá dinheiro suficiente para colocá-lo em prática, completamente.
No que se refere à primeira infância, o presidente do TCMGO garantiu que é gratificante. “Quando eu vou a Jussara e encontro com uma senhora, que me apresenta o filho, já adulto, casado e ela diz: esse aqui é o fulano, que estudava na escola tal e estava lá quando o senhor foi lá, em tal dia… E a gente olha e vê que aquela criança cresceu, desenvolveu… que a gente conseguiu fazer a parte da gente… isso é muito gratificante para o prefeito”, relatou.
Joaquim de Castro falou da responsabilidade de preparar as futuras gerações e deixou um aviso: “precisamos ter postura de estadista, pensar no longo prazo, como naquele provérbio árabe “quem planta a tamareira, não colhe as tâmaras”. Isso porque as tamareiras demoram 80, 90 anos para produzir os primeiros frutos, então, é uma coisa para as gerações seguintes”, exemplificou.
“A formação da primeira infância, a que se dá nessa fase, é ela que contribui para a formação de um cidadão comprometido com a vida em comunidade”, completou.
Joaquim de Castro cumprimentou todas as autoridades presentes e agradeceu prefeitos, secretários e assessores pela disposição em participar do evento. Ele também colocou o TCMGO à disposição para eventos semelhantes, cursos de qualificação, orientações e ações que possam contribuir com a melhoria das gestões.
Após a fala do presidente Joaquim de Castro e dos demais aconteceu um momento super fofo: a apresentação das crianças do Centro de Educação Infantil (CEI) Suely Paschoal, que interpretaram a música Ninguém é igual e ninguém, composta por Milton Karam.
Várias falas, uma só prioridade: a infância
O conselheiro Edson Ferrari (TCE-GO), que preside o Comitê Técnico da Primeira Infância do IRB (Instituto Rui Barbosa) destacou em sua fala a importância de uma ação integrada entre todos os segmentos da sociedade.
Vital Didonet, assessor da Rede Primeira Infância, falou sobre a importância e dos resultados do pleno cuidado ás crianças de zero a seis anos. Nesta fase a vida, é desenvolvimento e as potencialidades são inigualáveis, como em nenhuma outra fase da vida, por maiores que sejam os estímulos.
A Secretária de Desenvolvimento Humano e Pessoal da prefeitura de Goiânia – Maria dos Santos falou um pouco do cotidiano dos gestores que executam as políticas públicas da primeira infância.
A presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB/GO – advogada Roberta Muniz Elias – apresentou, formalmente, o Comitê Goiano Pela Primeira Infância. Ele explicou a constituição do comitê, as atribuições e os objetivos.
A Coordenadora do Serviço de Família Acolhedora Aconchego – Júlia Salvagni – abordou a iniciativa que coloca crianças vítimas de violência ou com medida protetiva sob a proteção e os cuidados de uma família escolhida, qualificada e apoiada pelo Estado. O modelo, mais afetivo e humanizado que os orfanatos e as casas de acolhida, é controverso e ainda gera muitas dúvidas.
Também fizeram uso da palavra o procurador geral do MP-GO – promotor Cyro Terra Peres, o deputado federal Zacarias Kalil e o deputado estadual Cairo Salim (representando o presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto), entre outros.
O presidente do TJ-GO – desembargador Carlos Alberto França encerrou os pronunciamentos da tarde, conclamando os prefeitos a aderirem ao Pacto. A assinatura simbólica aconteceu no palco, ao som do slogam “Eu me comprometo !”, dito em voz alta.