Depois de um investimento de cerca de R$ 500 milhões para a compra de tablets que foram usados nas escolas municipais durante a pandemia do coronavírus, o Tribunal de Contas decidiu fazer uma avaliação do aproveitamento da tecnologia com o retorno das aulas presenciais. A preocupação do TCMSP é que esse recurso esteja alinhado com o projeto pedagógico das escolas.
Para garantir isso, o tribunal prepara uma auditoria para o ano que vem. O processo de fiscalização deve ajudar a esclarecer uma série de questionamentos levantados pelo relator do tema, o conselheiro corregedor João Antonio. Entre os pontos estão as métricas e parâmetros utilizados pela Secretaria Municipal de Educação para avaliar o aproveitamento do uso da tecnologia, além do acesso a trilhas de atividades por parte de alunos e professores.
O tema foi debatido durante a realização de uma mesa técnica na última semana na sede do TCMSP. Participaram representantes da prefeitura e a equipe do tribunal. João Antonio manifestou sua preocupação com o projeto de educação na cidade. “É um momento de transparência. Queremos um trabalho visando um controle externo mais proativo. Estamos preocupados com a subutilização dos tablets no processo de aprendizagem destes alunos”, disse.
O Secretário de Educação, Fernando Padula, ressaltou que a entrada da era tecnológica forçada pela pandemia valorizou a inclusão de jovens de baixa renda e deu a eles a garantia do direito de aprendizagem. “No passado, o conhecimento estava no professor e nas bibliotecas públicas e, hoje, ele também está na internet e, portanto, é importante que vários lugares venham adotando essa estratégia para que a sala de aula se torne mais dinâmica e atrativa”, afirmou ele.
Luciana Guerra, subsecretária de Controle Externo do TCMSP, aponta que o diálogo estratégico com os técnicos do tribunal e da pasta vai aumentar conforme a auditoria operacional for consolidada. “Essas informações que recebemos nesta mesa técnica serão fundamentais para que possamos planejar trabalhos futuros e seguir avaliando e aprofundando os nossos trabalhos ao uso pedagógicos das tecnologias”, apontou.